sábado, 21 de setembro de 2013

Capítulo 17: A Assíria

É a vez de um dos impérios mais sanguinários da História da Humanidade: os Assírios.

A Assíria surgiu em 1950 a.C. também no Crescente Fértil, na Mesopotâmia, junto com a Babilônia e a Suméria. Era um território pequeno, e não era atacado justamente porque seus habitantes eram tratados como servos pelos reinos vizinhos.

Porém, quando foram governados pelo monarca Shamshi-Adad (que se alto-considerava "rei do mundo"), os assírios tentaram um levante contra a Babilônia, e foram arrasados pelas forças do rei Hamurabi.
Quando o rei Tiglate-Pileser III assumiu o trono, ele finalmente conseguiu erguer a Assíria. Sob seu comando, os assírios dominaram a Babilônia, a Síria e a Palestina.
Em 721 a.C. Sargão II assumiu o trono e consolidou os domínios anteriores. Além de tudo, ainda impediu o avanço dos caldeus (que mais tarde seriam seus maiores inimigos). A partir daí é realmente criado o Império Assírio.



Os Assírios ficaram conhecidos pelo seu exército. Eram soldados extremamente treinados, organizados e muito bem armados. Inclusive, são creditados como inventores dos carros de combate, adaptado das carroças sumérias.



A crueldade era sua arma principal. Para demarcar seu território recém-conquistado, possuíam um sistema bem característico: empalavam os guerreiros inimigos com lanças, introduzidas pelo ânus até saírem pela boca, e os fincavam no chão. Era como uma cerca de corpos. Também criavam métodos para "alertar" inimigos, como cortar mãos, orelhas ou furar olhos de mensageiros, ou súditos de reis inimigos. Costumavam até enterrar vivos seus prisioneiros.
Outro sistema usado pelos assírios se mostrou eficiente para evitar rebeliões. Todas as pessoas dos povos conquistados eram espalhados pelas cidades, de forma a não manterem contato entre si. Esse modelo foi copiado por outros povos mais tarde.
Devido a tudo isso, histórias e lendas sobre a crueldade dos assírios se espalharam pelos arredores, aumentando ainda mais sua fama.



A religião era politeísta. Todos os assírios cultuavam vários deuses, porém cada cidade tinha o seu deus principal. O principal deus era Assur (deus da cidade de mesmo nome, Assur), que era o Sol e senhor da guerra. Mais tarde o deus Assur se tornou o supremo da Assíria. Ele, assim como quase todos os demais deuses e cultura, foram assimilados pelos assírios da cultura suméria, de forma que Assur era apenas uma "cópia com poucas modificações" do sumério Enlil. As adorações do assírios também eram feitos em zigurates.




Logo após Sargão II, seu filho, Senaquerib chegou ao trono. Entre seus principais fatos estão a transferência da capital assíria de Assur para Nínive e seus ataques ao Reino de Judá. Após dominar 46 cidades, ele ainda quis Jerusalém para ele, mas, por algum motivo desconhecido, Senaquerib simplesmente voltou para casa. A Bíblia cita, no Antigo Testamente, que este retorno motivado por uma derrota na batalha pelas forças de Deus, após o rei de Jerusalém Ezequias, ter clamado ao Senhor. Quando voltou para Nínive, Senaquerib foi morto por seus filhos Adrameleque e Sarezer.



Eis um trecho do livro II Reis, do Antigo Testamente bíblico:


Portanto, assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Não entrará nesta cidade, nem lançará nela flecha alguma; tampouco virá perante ela com escudo, nem levantará contra ela trincheira alguma.
Pelo caminho por onde vier, por ele voltará; porém nesta cidade não entrará, diz o Senhor.
Porque eu ampararei a esta cidade, para a livrar, por amor de mim e por amor do meu servo Davi.
Sucedeu, pois, que naquela mesma noite saiu o anjo do Senhor, e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles; e, levantando-se pela manhã cedo, eis que todos eram cadáveres.
Então Senaqueribe, rei da Assíria, partiu, e se foi, e voltou e ficou em Nínive.
E sucedeu que, estando ele prostrado na casa de Nisroque, seu deus, Adrameleque e Sarezer, seus filhos, o feriram à espada; porém eles escaparam para a terra de Ararate; e Esar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar.


II Reis 19:32-37

Muito tempo após, o rei Assurbanipal criou uma biblioteca onde guardou dezenas de pedras com textos em escrita cuneiforme, com relatos sobre o império Assírio, e que servem de fonte até os dias atuais. Inclusive estão sendo usados para descobrir o porque de Senaquerib não ter efetivado sua conquista a Jerusalém, fato que poderia ter mudado a história, já que os historiadores ainda se recusam a acreditar na hipótese bíblica.

Após 615 a.C. a Assíria não suportou muitas das invasões que vieram, principalmente dos caldeus. Em 612 a.C. o império da Média, liderados por Ciáxeres, aliado aos caldeus, tomaram Nínive e consolidaram a derrota do Império Assírio.


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No próximo capítulo irei citar o que houve após a derrota dos Assírios, principalmente em relação aos caldeus.

Até a próxima postagem!

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